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ONU "chocada" com declaração de ministro israelense sobre fome em Gaza

ONU “chocada” com declaração de ministro israelense sobre fome em Gaza ONU “chocada” com declaração de ministro israelense sobre fome em Gaza ONU “chocada” com declaração de ministro israelense sobre fome em Gaza ONU “chocada” com declaração de ministro israelense sobre fome em Gaza
ONU "chocada" com declaração de ministro israelense sobre fome em Gaza

O alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos disse, nesta sexta-feira (9), que está “chocado” com as declarações do ministro das Finanças de Israel de extrema-direita, Bezalel Smotrich, que itiu matar de fome os habitantes da Faixa de Gaza.

Interrogado no início desta semana durante um colóquio sobre o futuro da Faixa de Gaza, onde Israel intervém militarmente há mais de dez meses, Smotrich disse que “poderia ser justificado e moral provocar a morte pela fome de 2 milhões de civis para libertar os reféns” israelenses que permanecem retidos desde o ataque do movimento islamita palestino Hamas em 7 de outubro.

O Alto-comissário Volker Turk, “está chocado e consternado pelas declarações do ministro, segundo as quais seria justificado e moral deixar morrer de fome dois milhões de palestinos em Gaza para libertar os reféns”, declarou seu porta-voz Jeremy Laurence, durante a habitual conferência de imprensa.

“[Turk] Condenou com a maior firmeza estas declarações, que incitam igualmente ao ódio contra os civis inocentes”, disse, sublinhando que “o fato de provocar a fome a civis como método de guerra é um crime de guerra”.

“Esta declaração pública pode incitar que se cometam outros crimes atrozes”, insistiu.

O porta-voz disse ainda que “estas declarações, em particular de representantes públicos, devem terminar imediatamente”, e “devem ser alvo de um inquérito”, em primeiro lugar pelo Estado de Israel.

“Trata-se assim de um apelo imediato às autoridades israelenses para que vigiem este tipo de comportamento (…). É a primeira etapa. É da responsabilidade dos israelenses”, afirmou Laurence.

Repercussão

As declarações de Smotrich provocaram reações de indignação entre diversas instâncias internacionais e governos.

Desde o início do atual conflito na Faixa de Gaza, desencadeado em 7 de outubro, que a situação humanitária no pequeno território palestino é considerada desastrosa, com quase todos os 2,4 milhões de habitantes forçados a constantes deslocamentos internas, e confrontados com uma penúria alimentar generalizada.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas começou após um ataque sem precedentes do grupo islamita ao Sul de Israel que deixou cerca de 1,2 mil mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelenses.

Segundo o Exército de Israel, entre as 251 pessoas sequestradas, 111 permanecem retidas em Gaza, das quais 39 já morreram.

O Exército israelense respondeu com uma devastadora campanha militar de represálias em Gaza que já provocou cerca de 40 mil mortos — onde se incluem pelo menos 14 mil crianças –, cerca de 92 mil feridos e um número indeterminado sob os escombros, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

“Repetimos o que já afirmamos por diversas vezes, que deve haver um cessar-fogo imediato, todos os reféns devem ser libertados, e [pedimos] o envio sem restrições de ajuda humanitária a Gaza”, afirmou Laurence.

Fonte: EBC Internacional